MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Carta de um jovem aficionado

Bernardo Prates do Grp Ap Moita


Numa altura de ataques consecutivos à actividade taurina portuguesa, e estando radicado semestralmente noutro país de enorme aficion, entristece-me ver a passividade e a inoportuna defesa dispensada à FESTA pelos nossos aficionados e intervenientes.
A festa tem de ser vista acima de tudo como um bem secular, que nos foi feito chegar pelos nossos antepassados. De geração em geração a paixão foi incutida na juventude por diversos motivos, e todos eles fundamentos pela necessidade. Senão vejamos, desde os mais longínquos tempos a arte e a cultura, foram tendo sempre posições de privilégio na sociedade, e em boa hora, pois isso leva a um desenvolvimento intelectual da população, e só assim é possível a progressão de um país.
Estes ataques, levam-me a pensar que esses cidadãos “iluminados” com o dote da irreverência, querem afundar mais um bocadinho o nosso pequeno Portugal, pois querem privar parte dos seus conterrâneos da cultura e da arte. O Senhor Manuel Luís Goucha, afirmou num debate no qual era o moderador, logo não teria de opinar, mas fê-lo, e com bastante infelicidade, e disse: “ Se os Portugueses fossem mais cultos, possivelmente não estaríamos nesta situação.” Ai está uma contradição de muitas dos ANTI-TAURINOS, se nos faz falta cultura, porque acabar com as corridas de toiros?
A crise é mundial, e todavia ainda não está encontrada a resolução, por isso, não consigo compreender que esses defensores dos animais, (parto do pressuposto que das pessoas também), queiram por termo indirectamente a centenas de postos de trabalho criados pela tauromaquia. Mas de facto o importante não é melhorar o estado da Nação, mas sim, fazer vingar uma ideologia Vegana, usando para isso quaisquer tipo de meios, abdicando de educação, respeito, ou simplesmente do conceito de viver em sociedade.
Não posso e não quero acreditar, e acho inconcebível que todas essas pessoas, comparem um animal a uma pessoa, é algo irreal, e que não tem qualquer tipo de fundamento, pois desde a pré-historia os animais foram servidores, ou adjuvantes, do Homem. O Homem servia-se do animal para comer e vestir-se, e o animal ajudava o Homem sendo utilizado como meio de transporte, por exemplo. Mas podemos até ser mais simplistas e avaliar a situação pelo nosso quotidiano. Eu, em minha casa sento-me a mesa com as pessoas, os animais, comem nas suas gamelas ou no chão. Ou será que algum desses senhores se senta à mesa com um animal? Pois se sim, gostava de vê-los sentados à mesa com um Toiro Bravo.
Esses senhores têm aliado ao dom da palavra, muita convicção, tal como se de uma ceita se tratasse, e está provado que irão usar todos os meios disponíveis ao seu alcance para tentar acabar com a nossa festa.
Comemorou-se este ano o trigésimo sétimo aniversário da “Liberdade”, com a queda do estado novo. Liberdade vem entre aspas, e passo a explicar o porquê: Atento ao discurso desses Senhores, na maioria de crença politica de esquerda, intitulando-se pioneiros na luta pela Liberdade, estão hoje a querer assumir uma posição de ditadores, na maior ascensão da palavra, pois retirarem a possibilidade de uma parte dos residentes nacionais e estrangeiros no nosso país assistirem a um espectáculo que gostam, é semelhante, a proibir um escritor de publicar um livro porque diverge da opinião do governo, por exemplo.
E sim, o toureio é ARTE, e disso não pode haver quaisquer tipos de dúvidas. Arte é algo que transmite sensações emotivas, e ao ver tourear, há quem chore, quem aplauda, ria, feche os olhos, lhe falte o ar… uma panóplia interminável de sentimentos, e é por isso, que só os privilegiados que nasceram com uma sensibilidade extrema à arte,  é que podem ser aficionados.
Posto isto, é de máxima importância que haja uma reacção dos corpos activos da festa, que se reúnam e definam estratégias que permitam a nossa FESTA continuar sem qualquer tipo de belisco.
Até pelo simples facto de a tauromaquia nos fazer sonhar, e distanciar-nos da dura realidade, não pode acabar.
Acabo este texto com uma quadra retirada de um poema de António Gedeão.

“Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer”
Cumprimentos