Referimo-nos á abolição da Lei dos Morgadios, efectuada em 1836 pelo Ministro da Fazenda e da Justiça – Mouzinho da Silveira, obrigando á repartição das terras e dos gados, levando ás mãos de muitos aquilo para que não tínham sensibilidade, logo atrassando o processo selectivo do toiro de lide.
Por exemplo, em muitos escritos da época, encontramos a confusão de comparar a bravura com agilidade a saltar as tábuas e outro exemplo de quão morosos foram os resultados desta evolução é a referência do critico José Pedro do Carmo, já no ano de 1926, que considera o toiro como o ruminante que maior número de defesas possui contra o seu adversário, ou sejam, hastes, unhas e dentes. Este apontamento dá bem ideia do estilo da maior parte das reses dessa época que até com os dentes se defendiam.
Embora, esporadicamente e sem continuidade, tivesse havido interferência de sangue espanhol em Portugal, casos de Rafael José da Cunha e da ganadaria do Rei D. Miguel, é no final do séc.XIX mais precisamente em 1883, que começa a evolução do toiro português mediante o cruzamento com o espanhol.
Este facto verifica-se na ganadaria Palha Blanco que adquire um toiro de Concha Y Sierra e depois mais três sementais de Miura que cruza com 120 vacas portuguesa, apuradas dentre 500 após rigorosa tenta e procedentes de Estevão de Oliveira, Sousa Falcão e Marquês de Belas.