MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Estreia do Dr. Pires da Costa no Sortes de Gaiola - Crónica do Campo Pequeno 30 Julho 2011

6 novilhos de Maria Guiomar Cortes de Moura, cujos pesos anunciados chegaram a exceder em mais de 70 Kg o peso real.
1.Rui Salvador lidou com temple o seu primeiro que se refugiou sempre em tábuas, não querendo luta. Recebeu com o baio de seu ferro, cavalo habilidoso qb para parar o toiro, disfarçando bem a falta de poder. Pôs 3 compridos parecendo o último desnecessário. Nas bandarilhas pôs 5 ferros, 4 deles com a marca "Salvador": atacando em curto e de frente para as tábuas com bons embroques a passarem emoção aos tendidos, depois de evidenciar um sentido de lide que a veterania tem requintado. Volta merecida, por isso aplaudida.
2.Diego (Diogo) Ventura deu lição de como se pára um toiro com o  castanho de seu ferro, filho do Isco. O simples facto de torear todos os dias faz com que se aperceba de imediato da qualidade do toiro que, em estilo murube, foi bom e colaborador. 2 compridos e pirueta de saída para marcar a diferença. Estava preparada a apoteose que veio a acontecer com 3 bandarilhas a carregar a sorte perfeitas tendo remate vindo com mais 2 bandarilhas a cavalo parado e a recuar que fizeram explodir a praça. Verdade e toreria com desplante sem bandarilha, qual trincheirazo sem muleta.  2 voltas pedidas e merecidas.
3.Francisco Palha veio preparado taurina e mentalmente para desabrochar uma tauromaquia ibérica de toureio a cavalo que na sua cabeça está entre a Torrinha de Coruche, com passagem pelo Paúl da Vala do Porto Alto e as marismas arrozeiras do Guadalquivir de La Puebla. Daqui resulta um toureio de emoção, com pinceladas de classicismo moderno e uma emoção e entrega que chega às bancadas, arriscando tudo, onde a sensação da colhida eminente, pelo risco,  transforma o seu toureio numa angustia permanente que só é aliviada depois da colocação do ferro impossível. A juventude irradiante que transmite, a ambição com que sonha, as metas bem assentes a que se propôs, fazem dele o mais interessante cavaleiro jovem da actualidade, Duas voltas sendo a segunda tolerada mas nitidamente apontada à Porta Grande.
 
4.Qualquer dos 3 cavaleiros nos seus segundos toiros, estiveram muito aquém das lides dos respectivos primeiros. Rui Salvador andou mais aliviado e não conseguiu os ferros impossíveis. Deu volta por sua conta. Diego Ventura parou bem o toiro com o seu novo palomino anglo-árabe de extraordinária pinta e versatilidade. Nas bandarilhas não andou bem porque o Vinhas carregava demasiado a sorte e deixava o toiro fora do braço, o que aconteceu 2 vezes. Como era preciso o êxito para a Porta Grande sacou o Morante que, com 2 mordidelas pôs o povo na algibeira da sua bonita jaqueta azul. 2 Voltas não justificadas na 1ª praça do país e Porta em direção não ao Paseo de Colon, mas ... à entrada da Av. da Republica. Francisco Palha imitou o seu professor e não se entendeu com o seu segundo, excepto de saída no baio avinhado com ferro de seu pai. Nas bandarilhas sofreu vários toques que em Espanha se chamam cornadas.Sacou o cavalo malhado das bandarihas, que, contudo, já perdeu o sítio. Também 2 voltas que ninguém pediu.
5. Com toiros sem emoção, apenas uma pega com emoção: a última do grupo de Santarém. Todas à 1ª tentativa. A lamentar a lesão grave de Manuel Rovisco, que esteve enorme, igual a si pórprio.

José M Pires da Costa