6 novilhos de Maria Guiomar Cortes de Moura, cujos pesos anunciados chegaram a exceder em mais de 70 Kg o peso real.
1.Rui Salvador lidou com temple o seu primeiro que se refugiou sempre em tábuas, não querendo luta. Recebeu com o baio de seu ferro, cavalo habilidoso qb para parar o toiro, disfarçando bem a falta de poder. Pôs 3 compridos parecendo o último desnecessário. Nas bandarilhas pôs 5 ferros, 4 deles com a marca "Salvador": atacando em curto e de frente para as tábuas com bons embroques a passarem emoção aos tendidos, depois de evidenciar um sentido de lide que a veterania tem requintado. Volta merecida, por isso aplaudida.
2.Diego (Diogo) Ventura deu lição de como se pára um toiro com o castanho de seu ferro, filho do Isco. O simples facto de torear todos os dias faz com que se aperceba de imediato da qualidade do toiro que, em estilo murube, foi bom e colaborador. 2 compridos e pirueta de saída para marcar a diferença. Estava preparada a apoteose que veio a acontecer com 3 bandarilhas a carregar a sorte perfeitas tendo remate vindo com mais 2 bandarilhas a cavalo parado e a recuar que fizeram explodir a praça. Verdade e toreria com desplante sem bandarilha, qual trincheirazo sem muleta. 2 voltas pedidas e merecidas.
3.Francisco Palha veio preparado taurina e mentalmente para desabrochar uma tauromaquia ibérica de toureio a cavalo que na sua cabeça está entre a Torrinha de Coruche, com passagem pelo Paúl da Vala do Porto Alto e as marismas arrozeiras do Guadalquivir de La Puebla. Daqui resulta um toureio de emoção, com pinceladas de classicismo moderno e uma emoção e entrega que chega às bancadas, arriscando tudo, onde a sensação da colhida eminente, pelo risco, transforma o seu toureio numa angustia permanente que só é aliviada depois da colocação do ferro impossível. A juventude irradiante que transmite, a ambição com que sonha, as metas bem assentes a que se propôs, fazem dele o mais interessante cavaleiro jovem da actualidade, Duas voltas sendo a segunda tolerada mas nitidamente apontada à Porta Grande.
4.Qualquer dos 3 cavaleiros nos seus segundos toiros, estiveram muito aquém das lides dos respectivos primeiros. Rui Salvador andou mais aliviado e não conseguiu os ferros impossíveis. Deu volta por sua conta. Diego Ventura parou bem o toiro com o seu novo palomino anglo-árabe de extraordinária pinta e versatilidade. Nas bandarilhas não andou bem porque o Vinhas carregava demasiado a sorte e deixava o toiro fora do braço, o que aconteceu 2 vezes. Como era preciso o êxito para a Porta Grande sacou o Morante que, com 2 mordidelas pôs o povo na algibeira da sua bonita jaqueta azul. 2 Voltas não justificadas na 1ª praça do país e Porta em direção não ao Paseo de Colon, mas ... à entrada da Av. da Republica. Francisco Palha imitou o seu professor e não se entendeu com o seu segundo, excepto de saída no baio avinhado com ferro de seu pai. Nas bandarilhas sofreu vários toques que em Espanha se chamam cornadas.Sacou o cavalo malhado das bandarihas, que, contudo, já perdeu o sítio. Também 2 voltas que ninguém pediu.
5. Com toiros sem emoção, apenas uma pega com emoção: a última do grupo de Santarém. Todas à 1ª tentativa. A lamentar a lesão grave de Manuel Rovisco, que esteve enorme, igual a si pórprio.
José M Pires da Costa