A semana passada, assitiu-se no montijo a uma coisa que julgo inédita na televisão nacional, que foi um toiro não ser pegado numa corrida televisionada à portuguesa, sem que o grupo em causa tenha demonstrado pouca vontade ou demenos capacidade de sacrifício, mas porque sinceramente não foram capazes.
Então meus amigos, alguma coisa não estava bem... Embora eu não concorde com a denominação de grupos de primeira, segunda ou terceira. é por demais óbvio que há grupos melhores que outros e na minha opinão há até um melhor que todos os outros.
Assim sendo e avançando a introdução de contexto, eu gostava de sugerir que os cabos dos grupos, se pudessem credenciar junto das empresas para assitir sem custos às corridas, porque é a ver que se aprende. E supondo que o grupo x vai pegar a ganaderia y não é evidente que o cabo desse grupo deve assistir pelo menos a duas ou três corridas com esses toiros? Assim saberá o que o espera, os problemas que essa ganaderia vai por norma apresentar, e poderá de forma mais correcta transmiti-los ao grupo.
Claro está, que me vão dizer: ‘’os toiros são como os melões, só depois de abertos é que se vê’’, mas todos sabemos que o melão honeydew (aquele branquinho) é normalmente melhor que o Piñonet ( o verde rogoso). Tal como os toiros de algumas ganaderias são com certeza normalmente mais acessíveis que os de outras.
Há ainda as situações de estreias de ganaderias, mas aí tenho a certeza que no caso o novel ganadero terá o maior prazer em oferecer aos grupos em causa um ou dois treinos com as irmãs de ano dos toiros que vão sair em praça.
Mas eu refiro-me aos forcados, como me refiro aos cavaleiros amadores e praticantes, ou até aos novilheiros, porque estes também têm que saber quais são as qualidades e as dificuldades do que têm por diante para idealizarem a lide que mais se adequa a cada tipo de oponente. Claro que aqui não se podem incluir as figuras, porque a essas, os empresários correm a oferecer as respectivas senhas e bilhetes a belo prazer.
Refiro-me somente àqueles que andam na luta e que não têm voz nem poder para isso.
Um cabo de um grupo que faça 15 corridas por ano, deverá assistir a um minimo de 30 corridas mais, a pagar pelo menos 20€ por bilhete dá um minimo de 600€, por temporada é muito, não acham?
E já agora senhores empresários porque não um descontozinho para os forcados que vão assistir a corridas, onde não pegam os respectivos grupos? É tudo malta nova e por norma com pouco no bolso, mas também têm o direito de estudar o oponente. Não acham que se podiam evitar assim algumas situações e que se elevaria com esta medida o nível de alguns espetáculos? E é isso que julgo todos quererem.
A Luta Continua
Jaime Serra Cortesão
Nota: Eu não me julgo inventor de nada, apenas estou a copiar o que já à algum tempo acontece no mundo do desporto, hoje em dia nenhum treinador vai para um jogo sem avaliar o adversário in loco pelo menos 3 vezes para assim descortinar quais as suas fraquezas e qualidades. Eu sei que na festa a situação é diferente, mas o toiro não deixa de ser um adversário que é necessário estudar, avaliar e compreender.