MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um dia em Vila Boim, para recordar…


Vila Boim é uma terra portuguesa antiga, muito antiga mesmo - tem vestígios de povoamento desde a época pré-histórica como comprovam alguns dólmens descobertos na freguesia e como provam documentos que remontam ao  século II a.C., quando os romanos ali chegaram.
Há vários anos que o meu amigo Joaquim Carvalho e o Sebastião Ortigão Costa me convidavam para ir assistir a este festival, mas por uma razão ou por outra, nunca - hoje digo infelizmente - nunca me tinha sido possível. A partir deste ano, só razões de força maior me impedirão de estar presente.
Naquela festa, de tão genuína, apetece dizer o que reza um fado da “Ti Mimela Cid”:
Tudo ali é português,
Tudo ali vive contente ,
 Vive o pobre e o burguês,
 É pequenina talvez,
Mas cabe lá toda a gente”.
A organização coordenada superiormente pela paixão e Portuguesismo do aficionado Luís Fernando Carvalho, contrasta com a balda (versus anarquia), dando mote á única coisa não tipicamente  Portuguesa.
É evidente que além do Luís Fernando há o Sebastião Ortigâo Costa, o José Luís Sommer, O P. P. Carvalho, mas todavia há que realçar ainda “os Romeiros de Vila boim” - que se revêem numa tradição popular despretensiosa -, com as suas carroças puxadas por mulas, que organizam vários passeios durante o ano.
Ao almoço não sei que eleger se os pezinhos de coentrada, se o arroz de coentros se a carne e os enchidos cosidos, sobressaindo nestes  os  sabores que vinham da qualidade dos produtos. Ao jantar, á  sopa camponesa e ao ensopado de borrego,  era transversal o tempero Alentejano e a pureza gastronómica popular. Os doces, eram manjares das fadas que os compuseram…
Os vinhos eram bons ou óptimos ( no Alentejo não há vinhos medíocres e muito menos, maus Vinhos).
No domingo de ressaca faltei á caldeirada, com muita pena minha.
A música que se ouviu á tarde foi interpretada pelo conjunto local “Xumbo Torto” quecantou vezes sem conta o seu maior êxito: Vamos embora para Barbacena) tocou e cantou versões do cancioneiro alentejano em versões aligeiradas, e á noite o show man ZÉLITO (que cantou vezes sem conta o seu maior êxito: “Vamos embora p’ra Barbacena”), além de se estender do “ Pimba” ao canto cigano da raia, sem imitações, levando-nos a concluir que o que é Nacional é bom e não fazem falta Sevilhanas para animar a Malta. Toda a gente se divertiu á Portuguesa e como dizem os meninos e meninas de Cascais, estava toda a gente, os Lupis, os Roquetes, os Pinto Basto, S. Comenda, Arimateia, Alfacinha, J. Barata Freixo, Clã Rui Fernandes, Caldeiras, José Eduardo Nunes, Jorge Ortigão, Palmeiro, Eduardo Cabral, Hugo Teixeira, Jorge Teixeira( com um dedo partido, a quem desejo rápidas melhoras), Marco gomes, João Patinhas, Luís  Vilar Maior, e ainda Paco Ojeda,  Gregório Moreno Pidal, José Alexandre e Cristina Sanchez que se deslocou de propósito de Madrid para fazer parte do Júri.
Das senhoras destaco a alegria sempre contagiante da Joana Barata Silvèrio, que me transporta a tempos e amizades antigas, em que a vivencia era outra,  e a simpatia hospitaleira da Maria Beatriz Carvalho sempre pendente dos amigos.
A hospedagem em casa do Sebastião e da Rita que já há vários anos estava para acontecer, pelos detalhes e pelo carinho de todos, filhos incluídos, foi um banho de amizade e senhorio do mais puro.
Em Barcelona, no passado ano tomei o  pequeno almoço com o Zé Manel Pires da Costa, em casa do meu amigo Rafael Ulésia D’Anta , ao som da guitarra tocada por esse meu amigo e vendo ao longe o monte Tividavo. No domingo foi ao som do piano em que o Sebastião (filho) interpretou primorosamente duas peças clássicas.
Não há nada que se compare ás boas amizades, e como dizia um velho amigo meu: a partir dos 50 anos já não é altura de criar novos amigos…
Obrigado Luís Fernando, obrigado Moçarava ( nome primitivo de Vila Boim), e pró ano aí estarei.